Prometi fazer um post com mais dicas de Buenos Aires para orçamentos curtos, então vamos lá!
Esse já é um destino bom para quem está com poucas moedas no porquinho. Com a desvalorização do peso argentino, passar uns dias nas terras dos nossos vizinhos portenhos ficou mais barato. As facilidades de entrada, por causa do Mercosul, também ajudam. Não é preciso visto, nem passaporte, só o RG emitido a menos de 10 anos. Tranquilo assim, sem taxa, sem entrevista, sem perder horas na fila pra fazer/renovar seu passaporte… não é a toa que a gente gosta tanto de falar de lá, é uma viagem linda e fácil.
Essa primeira parte cobre o básico: transporte, dinheiro e hospedagem.
#Transporte
Eu e a Anna já comentamos sobre o sistema de transporte, mas vale reforçar alguns pontos. Taxi e onibus turistico são duas opções boas, rápidas e confortáveis, mas não as mais baratas. Metro é uma ótima opção – a tarifa é de 1,10 pesos, as linhas percorrem boa parte da cidade e a maioria dos guias traz um mapa da rede completa.
O sistema de ônibus funciona bem. Não se assuste a primeira vista – eles são mais moderno por dentro do que você espera. Os guias de viagem não costumam trazer as linhas de ônibus, mas você pode comprar um guia especifico por uns 2 pesos na maioria das bancas. Se você pretende fazer desse seu meio de tranporte, vale a pena comprar. São várias linhas, diversos números, cada uma faz uma rota específica… complicadinho, mas dá pra se virar.
Cada onibus tem um número e o ponto de partida e o final descritos na frente e lateral. Não há cobrador, então ao entrar no ônibus você diz para o motorista o seu destino e ele te informa quanto é o trecho da viagem. Você retira seu ticket em uma maquina que, friso, só aceita moedas. Eles são bem chatos com isso… é um sacrifício trocar dinheiro, mas faça-o antes de embarcar.
Para ir e voltar do aeroporto a cidade você tem também algumas opções:
- Taxi convencional, com bandeirada, o preço vai variar com o trânsito.
- Remise – um taxi não oficial e que combina o preço com antecedência – pode sair mais em conta, por volta de 100 pesos a viagem. Cuidado na hora de escolher… melhor contratar algum dos serviços que tem guiche no próprio aeroporto, regulamentados, pra não ter risco de cair em esquema. Escolhi um dos guichês ao lado do Banco dela Nacion Argentina, por 110 pesos. Tranquilo.
- Ônibus vip – algumas dessas companias de remise oferecem ônibus especiais. Sai mais barato que um remise, mas demora um pouco mais.
- Ônibus convencional. A não ser que você tenha MUITA certeza de para onde está indo e qual linha pegar, não recomendo essa última, mesmo sendo a mais barata. Você está com suas malas e, provavelmente, uma boa parte do seu dinheiro. Sempre bom tomar cuidado.
#Dinheiro
Uma das minhas dúvidas antes de viajar foi como levar/trocar dinheiro. Existem vários blogs falando a respeito e cada um vai te dar uma opção. Não sou expert em nada disso, mas vou contar a minha experiência, porque foi bem frustrante.
Li em vários lugares que uma das melhores maneiras de lidar com seu dindin era deixar na conta aqui e tirar lá em um caixa eletrônico. Falam para conferir qual a bandeira do seu cartão (Cirrus, Master, Visa) e achar um caixa eletrônico que aceite essa bandeira. Mesmo não sendo do mesmo banco, o saque será efetivado.
Ok, conferi meus cartões, liguei para a central de atendimento para saber as taxas cobradas e avisando que estaria fora do país – alguns bancos podem bloquear seu cartão por atividade suspeita caso não avise – depositei a quantia que ia levar e pronto.
Por sorte, levei um x em real, para trocar no aeroporto e pagar o remise+hotel e um x em dolar, por precaução. E foi muita sorte mesmo, porque nenhum dos 15 caixas eletrônicos nos quais tentei sacar funcionou. Até agora não entendi… o cartão estava liberado (consegui fazer pagamentos no débito), a máquina reconhecia minha conta, mas era impossível sacar. E ninguém do banco sabia o que fazer, então não faziam nada.
O sistema financeiro lá é bem capenga… os ATM são pré-históricos, com interface em DOS. A maioria dos estabelecimentos não aceita cartão de chip. Um Carrefour super central, um dos únicos supermercados da região, tinha uma única máquina de cartão para seis caixas rápidos.
O cambio, pelo menos, foi tranquilo. No aeroporto procure o Banco de la Nacion, que costuma ter as melhores tarifas. Fica meio escondido, a direita da área de desembarque, dentro do próprio aeroporto. Se precisar fazer um novo cambio já na cidade, esse mesmo banco tem sede logo em frente a Casa Rosada, em um prédio incrivelmente bonito, vale a pena entrar só pra ver.
CUIDADO com pessoas oferecendo cambios nas ruas. Cilada pura. Só troque seu dinheiro no banco ou em casas de cambio confiáveis. Pelo que vi, o de la Nacion ainda tem a melhor taxa.
Resumo: se quiser arriscar sacar dinheiro lá, leve uma quantia reserva para emergencias e desbloqueie seu cartão, já que compras no crédito e débito parecem funcionar melhor. E não esqueça de conferir as taxas administrativas do seu banco – cada um tem uma regra para saques no exterior.
#Hospedagem
Os hoteis/hostels mais baratos ficam na região do Microcentro e San Telmo, fato. E possivelmente eles serão prédios muito velhos, com poucas janelas e muito cheiro de cigarro. O meu foi assim e, quando voltei, olhei diversos hoteis da mesma faixa de preço e região no booking.com e os comentários eram todos os mesmos. Leve os comentários a sérios, eles costumam ser precisamente o que você vai reclamar depois.
Então você tem duas opções: pegar um hotel mais barato, sabendo dos riscos dele ser meio furebinha – no fim, não é pra ficar no hotel que você está viajando. Ou, se o hotel fizer muita diferença (ou você estiver viajando com pais, por exemplo), pague um pouco a mais e fique em algum hotel maior.
Um recomendado pela Euro Import e que tem bons comentários é o Apart Hotel Congresso. Também recomendo o Art Deco Hotel, bem central.
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